Como saber se a minha ideia de negócio vai dar certo?

Sou fundador da Homem Máquina, uma consultoria de design e tecnologia para negócios digitais. Lá somos procurados desde sempre por profissionais, empreendedores e executivos para criar, desenvolver e aprimorar um monte de sites e aplicativos desde 2010.

Passamos a maior parte dos últimos anos questionando decisões de estratégia, design e tecnologia dessas plataformas. São produtos digitais, projetos que tem objetivo específicos, visam resolver um problema e precisam ser construí­dos atendendo sempre um escopo, um prazo e um custo.

A maior dificuldade até aqui, por incrível que pareça, sempre foi a comunicação. Existem muitos interesses por trás desses projetos e nem sempre o cliente está no centro das decisões.

Pense grande, mas comece pequeno

Eu aprendi o conceito de pensar grande, mas começar pequeno que vem do clássico livro A Startup Enxuta (Eric Ries, 2012). Não adianta definir o escopo do seu projeto sem antes responder uma pergunta primordial para o sucesso de projetos digitais: Você resolve um problema?

Entender o mercado e o público o qual seu projeto está sendo criado é essencial para reduzir riscos na sua execução e isso acontece antes de tudo. Antes de pensar em design, em tecnologia e até mesmo nos seus fornecedores. Se antecipar das reações do mercado e recolher o máximo de informações sobre a expectativa das pessoas que vão utilizar seu produto deve ser seu primeiro objetivo de projeto – mas sem demora.

Sua ideia não vale nada

Tudo pode começar com uma ideia, mas a ideia é apenas uma visão baseada na sua experiência pessoal, uma oportunidade de atuação ou até um insight que você teve a partir de alguma observação do comportamento das pessoas, do movimento do mercado ou conectando possibilidades entre novas tecnologias e novos cenários.

Essa visão é extremamente pessoal e baseada em suas experiências. Ideias baseadas em percepções pessoais são ideias sem validação do mercado e este é o primeiro alerta que fazemos aos clientes que nos procuram para criar uma nova ferramenta ou solução. É preciso ter muito cuidado com o tempo e o esforço que será investido em uma ideia que ainda não está validada e sua validação deve ser construída em pesquisa e fatos.

Em “Previsivelmente Irracional” (2008), um dos mais recentes estudos sobre limitação da racionalidade, Dan Ariely compromete-se a demonstrar que somos seres irracionais quando se diz respeito a tomada de decisões e construção de modelos de hipóteses. Naturalmente vamos enviesar nossas ideias. Seus estudos relacionam-se com a psicologia ao tentar compreender como as emoções influenciam fundamentalmente toda decisão econômica que tomamos. Assim, dentro da limitação da racionalidade, a solução final sempre vai representar uma escolha satisfatória, mas não a ideal.

A companhia de informações sobre investimentos CB Insight descobriu que 70% das startups vão a falência. Entre as empresas financiadas por meio de crowdfunding, o í­ndice é ainda maior: 97%.

A CB analisou uma amostra de startups que faliram com o intuito de traçar um panorama e identificar em que ponto os fundadores e os investidores erraram. O infográfico seguinte mostra as 20 principais razões que levam as startups a quebrar.

A primeira posição é ocupada pela falha de produtos e serviços em atender a uma necessidade de mercado, apontada em mais de 40% dos casos. No topo da lista também podemos encontrar motivos como não ter a equipe certa, ser superado pela concorrência, produto pobre e ignorar consumidores.

Aprender rápido sobre seu público, seus problemas e o segmento será determinante para o sucesso da sua ideia, inclusive, esse processo de pesquisa e preparação em muitos casos pode fazer sua ideia ser contestada em pouco tempo (E isso é ótimo!). Pesquisar e conhecer o máximo sobre o seu segmento é a melhor maneira de reduzir riscos e garantir que seu produto vai ter mais chances de dar certo.

O resto é método científico (Não há receita de bolo): Elaborar hipóteses, testar, aprender, começar tudo de novo.. de novo..